Mostração, atração, extração: regimes de exposição figural na história do cinema

Participei no dia 05 de dezembro de 2024 da mesa redonda “Exposições coloniais e montagens do tempo: zoológicos humanos enquanto Atlas”, com a fala “Mostração, atração, extração: regimes de exposição figural na história do cinema”, como parte da 7ª Semana de Antropologia da UFS, a convite de Marina Cavalcante Vieira (PPGA-UFS), ao lado de João Pedro Rangel Gomes da Silva (Berkeley, EUA) e Marcos Alexandre Albuquerque (PPCIS/UERJ). Eis o resumo da mesa:

“As exposições coloniais e as exibições de pessoas em zoológicos humanos podem ser compreendidas com uma das faces sombrias da modernidade e colonialismo. Os zoológicos humanos se desenvolveram, ao longo do século XIX, como entretenimentos de massa voltados para o público branco europeu, diante do qual se faziam exibir grupos de pessoas de culturas supostamente “primitivas” e exóticas — com reconstrução de cenografia e hábitat, muitas vezes elaborados em meio à fauna e flora de zoológicos. A mesa-redonda reúne pesquisas e pesquisadores interessados em fazer dialogar o tema das exposições coloniais e suas interfaces com o cinema, museus e a teoria da montagem das imagens, a partir de Aby Warburg e Didi-Huberman.”

Tentei elaborar algumas ideias que articulam os artigos “Cosmopoéticas da desobediência informe: leitura contra-colonial do regime da extração no catálogo Lumière” e “Tarzan, um negro: para uma crítica da economia política do nome de ‘África’”. É um começo, mas ainda falta um bocado no percurso aí sugerido. Além disso, devido às circunstâncias da participação remota, não pude acompanhar naquela ocasião a fala de Marcos, que só assisti depois, nem consegui participar das conversas. Espero que surjam outras oportunidades para isso.

No vídeo, você pode assistir à mesa inteira. Se preferir, use as marcações de tempo indicadas abaixo para ir direto à fala de seu interesse:

  1. “De César a Mussolini: Expressões do Império Fascista durante a Exposição Colonial de Nápoles, em 1940”, por João Pedro Rangel – 3:24
  2. “Mostração, atração, extração: regimes de exposição figural na história do cinema”, por Marcelo R. S. Ribeiro – 36:45
  3. “Ima(r)gens modernistas: zoológicos humanos, afro-religião e cultura popular em Barcelona”, por Marcos Alexandre Albuquerque – 1:08:57

Atualização de 08/03/2025: também arquivei apenas a minha fala em separado no vídeo abaixo.

  • Marcelo R. S. Ribeiro

    Entropólogo da disseminação de mundos e professor de cinema‑delírio na Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Autor do livro Do inimaginável (Editora UFG, 2019), coordena o grupo (an)arqueologias do sensível, desenvolve e orienta pesquisas sobre imagem, história e direitos humanos, cinemas africanos, história do cinema, arquivos e descolonização.

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