O trailer como promessa: Cemitério do Esplendor

Toda vez que vejo o trailer de Cemitério do Esplendor (2015), o novo filme de Apichatpong Weerasethakul, lembro como o cinema pode ser uma forma de voltar pra casa.

(Que título lindo, aliás.)

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A relação com um filme que se estabelece no trailer é curiosa: já se instaura um trabalho de memória onde ainda permanece um vazio aberto ao delírio.

Um trailer é provavelmente menos uma propaganda do que uma espécie de promessa.

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O trailer de Cemitério do Esplendor promete uma beleza estranha, unheimlich, perturbação serena, um filme que inquieta e cura o espectador.

Eis a força de Apichatpong, eis o que pode a promessa do cinema:

  • Marcelo R. S. Ribeiro

    Entropólogo da disseminação de mundos e professor de cinema‑delírio na Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Autor do livro Do inimaginável (Editora UFG, 2019), coordena o grupo (an)arqueologias do sensível, desenvolve e orienta pesquisas sobre imagem, história e direitos humanos, cinemas africanos, história do cinema, arquivos e descolonização.

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