Categoria: Entre imagens

  • Anarquivar: três notas

    Anarquivar: três notas

    Toda pesquisa reabre as dimensões anarquívicas dos arquivos que as instituições que os preservam procuram conter ou neutralizar: (1) a dimensão da matéria, (2) a dimensão da seleção e classificação e (3) a dimensão do uso.

  • Rilke shake, Rilke break, Rilke scratch

    Em um dos versos do poema “a mulher dos outros”, Angélica Freitas escreve: “noutros tempos rilke me chamaria pro jardin des plantes”. Cito fora de contexto, evidentemente, mas talvez todo texto poético reivindique de alguma forma a quebra ou o transbordamento do contexto, sua trituração, seu dilaceramento, sua mistura com outros contextos. Em toda poesia,…

  • Anarquivar: o começo

    As histórias são como os oceanos: apesar de parecer que começam (e terminam) em algum lugar, seus limites se transformam incessantemente, em uma dança de vários ritmos entrelaçados (ondas, marés, estações, movimentos tectônicos). Apesar da aspiração ao azul, o que resta tende ao vermelho: The multitudinous seas incarnadine a história à deriva1. A gente acaba…

  • Notas sobre Maya Deren e a bomba atômica

    Notas sobre Maya Deren e a bomba atômica

    Ainda lidando com a dificuldade de An anagram of ideas on art, form and film, de Maya Deren, que só parece repetir algumas ideias sobre arte e cinema bastante difundidas (em debates sobre especificidade do meio, depuração formal ou Gestalt) na época em que foi escrito. Em meio a essa aparente repetição de ideias já…

  • Anotações sobre a adaptação cinematográfica

    – É possível sustentar o uso de “adaptação” e “tradução” como sinônimos? – Se o texto de chegada resguarda vestígios do processo de adaptação, quais os vestígios da perda? – É possível uma arqueologia da adaptação/tradução (intersemiótica), partindo da obra como vestígio, para pensar o processo de que emerge. Por que não elaborar, à maneira…

  • Cinema, vidro, delírio

    Cinema, vidro, delírio

    1. Assisti Cinema before 1300 (Cinema antes de 1300, 2023), de Jerome Hiler, que fala da história da arte dos vitrais, especialmente a partir do século 12, como uma arqueologia do cinema. Cineasta, pintor e artista interessado no vidro como material de expressão, Hiler é, ao lado de Nathaniel Dorsky, um dos nomes do campo…

  • A pesquisa como elaboração de sintomas

    No dia 31/07, começaram as inscrições para o processo seletivo para 2024 do Póscom-UFBA, que ficam abertas até 03/09. São 35 vagas para mestrado e 20 vagas para doutorado, em três linhas de pesquisa: Comunicação e Cultura Digital, Culturas da Imagem e do Som e Mediatização e Indústria da Mídia. O Póscom é o Programa…

  • Da arqueologia à anarqueologia

    Há muita coisa mais relevante, e isso aqui talvez seja um descaramento: reli neste final de semana o livro que resultou do meu doutorado, Do inimaginável, e vi que está disponível com mais de 50% de desconto no site da editora UFG: https://loja.editora.ufg.br/artes/do-inimaginavel-75/p (de R$ 57 por R$ 28). Da última vez que verifiquei, a…

  • Tonacci, sonhos, cosmopoéticas

    Em uma entrevista com Daniel Caetano publicada em 2008, Andrea Tonacci fala de seus contatos com diferentes povos indígenas no período entre suas experiências mais conhecidas de filmes de contato: as filmagens que fez junto aos Arara, que terminam “em 1982, 1983”, e a vinda à tona da história de Carapiru, em 1988, que culminará…

  • Da crítica: a dupla questão

    Arrisquei estas notas há anos, em agosto de 2018, e elas permaneceram entre os rascunhos por tempo demais. Eu as redescobri hoje e, entre a releitura e o acréscimo de uma referência a Glissant e de uma ou outra palavra, decidi publicar o texto como está, enfim dando continuidade, como prometi, à discussão que tentei…

  • O Lapis da natureza

    O Lapis da natureza

    1. Entre 1844 e 1846, William Henry Fox Talbot desdobrou, nos seis volumes de The Pencil of Nature, o que descreveu, nas observações introdutórias ao primeiro volume, como “a primeira tentativa de publicar uma série de chapas ou imagens inteiramente executadas por meio da nova técnica do Desenho Fotogênico, sem qualquer ajuda do lápis do…

  • Catálogo: Imagens de navios negreiros

    Um dos resultados da pesquisa realizada por Alexandra Helena Batista da Silva (graduanda em História-UFBA), como parte do plano de trabalho “Memórias da escravidão e resistência no cinema e em outros meios: estudo comparativo em torno de imagens dos navios negreiros”, sob minha orientação, como parte do projeto Imagem e direitos humanos, é um catálogo (não exaustivo, em…

  • As configurações poéticas pelo cinema: descolonização e cosmopoética

    Entre 22 e 26 de fevereiro, aconteceu o Congresso Virtual UFBA 2021, que incluiu o Ciclo de Cinema e Audiovisual da Facom (cuja programação completa pode ser vista mais abaixo). Como parte da programação, em três mesas sobre a temática As configurações poéticas pelo cinema, foram apresentadas discussões e análises relacionadas à disciplina Poéticas do Cinema…

  • Notas sobre o cinema colonial no Congo Belga

    Notas sobre o cinema colonial no Congo Belga

    Em um artigo recente intitulado “É o professor! Deixem-no passar!”: memórias e sonhos de um congolês, Serge Katz propõe uma reflexão sucinta e precisa sobre a herança múltipla e atroz do colonialismo. Leitura mais do que recomendada. Ao ler seu texto, me chamou a atenção a coincidência de sua publicação justamente nas semanas em que…

  • Introdução: Humanidade e Mundanidade (Do inimaginável, 2019)

    Do inimaginável é meu primeiro livro, publicado no final de 2019 pela Editora UFG. Aqui, apresento a introdução desse ensaio sobre cinema e direitos humanos, que se desdobra, nos capítulos seguintes do livro, como um estudo analítico comparado das formas de relação com o arquivo dos campos nazistas na história do cinema. Para ir além…