Autor: Marcelo Ribeiro

  • Os mil e um corpos da Rainha

    Os mil e um corpos da Rainha

    Publicado inicialmente em 23/08/2022, como parte do dossiê #1 – a rainha diaba: um caleidoscópio endiabrada, no camarescura. Meus agradecimentos à Lorenna Rocha pelo convite e pela hospitalidade ao que acabou se tornando um ensaio atravessado pela vertigem do filme. -1. Movimento precedente ou Quando o corpo ameaça perturbar a ordem do corpus No cinema, não…

  • Da arqueologia à anarqueologia

    Há muita coisa mais relevante, e isso aqui talvez seja um descaramento: reli neste final de semana o livro que resultou do meu doutorado, Do inimaginável, e vi que está disponível com mais de 50% de desconto no site da editora UFG: https://loja.editora.ufg.br/artes/do-inimaginavel-75/p (de R$ 57 por R$ 28). Da última vez que verifiquei, a…

  • Tonacci, sonhos, cosmopoéticas

    Em uma entrevista com Daniel Caetano publicada em 2008, Andrea Tonacci fala de seus contatos com diferentes povos indígenas no período entre suas experiências mais conhecidas de filmes de contato: as filmagens que fez junto aos Arara, que terminam “em 1982, 1983”, e a vinda à tona da história de Carapiru, em 1988, que culminará…

  • Aula, corpo, encontro

    Minha última aula presencial antes da suspensão das atividades da universidade por causa da pandemia de Covid-19, uma aula que na época era apenas chamada de aula, porque não havia qualquer dúvida sobre como ela ocorria, aconteceu em uma quinta-feira, 12 de março de 2020. Foram mais de dois anos sem isso que a gente…

  • Introdução à teoria do cinema: aula inicial

    Introdução à teoria do cinema: aula inicial

    Neste primeiro semestre de 2022, como parte da carga horária de Teorias do Cinema, vou gravar algumas aulas sobre o livro Introdução à teoria do cinema (2003), de Robert Stam. O livro orienta a ementa atual da disciplina (que é quase uma reprodução de seu sumário) e, embora exista uma atualização curricular relacionada em andamento,…

  • Da crítica: a dupla questão

    Arrisquei estas notas há anos, em agosto de 2018, e elas permaneceram entre os rascunhos por tempo demais. Eu as redescobri hoje e, entre a releitura e o acréscimo de uma referência a Glissant e de uma ou outra palavra, decidi publicar o texto como está, enfim dando continuidade, como prometi, à discussão que tentei…

  • O estado do cinema 2021, por Nicole Brenez

    O estado do cinema 2021, por Nicole Brenez

    Nicole Brenez (tradução: Marcelo Ribeiro)1 Projeções. Provisórias. Provisões. Antes, as imagens estavam no mundo. Hoje, é o mundo que se banha em um oceano de imagens. Nosso mundo real, material e único; tecido e transbordado por imagens reais, imateriais, numeradas (constituídas de números), inumeráveis. Para observar o cinema contemporâneo é preciso inscrevê-lo no contexto desse…

  • O Lapis da natureza

    O Lapis da natureza

    1. Entre 1844 e 1846, William Henry Fox Talbot desdobrou, nos seis volumes de The Pencil of Nature, o que descreveu, nas observações introdutórias ao primeiro volume, como “a primeira tentativa de publicar uma série de chapas ou imagens inteiramente executadas por meio da nova técnica do Desenho Fotogênico, sem qualquer ajuda do lápis do…

  • Med Hondo e os rastros da África

    Med Hondo e os rastros da África

    Este texto foi publicado no catálogo da Mostra Sem Fronteiras – O cinema de Med Hondo, realizada de 25 a 28 de novembro no MAM – Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, e de 29 de novembro a 05 de dezembro em formato online. Agradeço à equipe de produção da mostra, em especial…

  • Catálogo: Imagens de navios negreiros

    Um dos resultados da pesquisa realizada por Alexandra Helena Batista da Silva (graduanda em História-UFBA), como parte do plano de trabalho “Memórias da escravidão e resistência no cinema e em outros meios: estudo comparativo em torno de imagens dos navios negreiros”, sob minha orientação, como parte do projeto Imagem e direitos humanos, é um catálogo (não exaustivo, em…

  • Tarzan, um negro: para uma crítica da economia política do nome de “África”

    Publicado pela revista Afro-Ásia, este artigo corresponde a uma versão em português, significativamente atualizada, do texto publicado em 2009, em francês, com o título correspondente, “Tarzan, un noir”. Resumo Desde 1912, inúmeros textos – romances, programas de rádio, histórias em quadrinhos, seriados de televisão, filmes – produziram e articularam representações da África em narrativas envolvendo…

  • Palestra “Signo e cinza: derivas de um paradigma anarquívico”

    No dia 8 de junho de 2021, tive a alegria de falar sobre minha pesquisa em andamento sobre o paradigma anarquívico em uma palestra a convite do Núcleo de Estudos em Teoria da História (NETH) da Universidade Estadual de Goiás, sob a coordenação de Manoel Gustavo Souza Neto. Foi uma ocasião importante para propor uma…

  • As configurações poéticas pelo cinema: descolonização e cosmopoética

    Entre 22 e 26 de fevereiro, aconteceu o Congresso Virtual UFBA 2021, que incluiu o Ciclo de Cinema e Audiovisual da Facom (cuja programação completa pode ser vista mais abaixo). Como parte da programação, em três mesas sobre a temática As configurações poéticas pelo cinema, foram apresentadas discussões e análises relacionadas à disciplina Poéticas do Cinema…

  • Cosmopoéticas da desobediência informe: leitura contra-colonial do regime da extração no catálogo Lumière

    Publicado pela revista E-Compós em seu v. 24 (2021), este artigo retoma algumas reflexões anteriores sobre o catálogo Lumière. Resumo Considerando o catálogo Lumière como experiência inaugural do cinema mundial, este artigo propõe uma leitura anarquívica de algumas de suas imagens. Diferenciando a operação do cinematógrafo como dispositivo cosmotécnico de arquivamento do mundo e aparelho…

  • Notas sobre o cinema colonial no Congo Belga

    Notas sobre o cinema colonial no Congo Belga

    Em um artigo recente intitulado “É o professor! Deixem-no passar!”: memórias e sonhos de um congolês, Serge Katz propõe uma reflexão sucinta e precisa sobre a herança múltipla e atroz do colonialismo. Leitura mais do que recomendada. Ao ler seu texto, me chamou a atenção a coincidência de sua publicação justamente nas semanas em que…