Autor: Marcelo R. S. Ribeiro
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A pesquisa como elaboração de sintomas
No dia 31/07, começaram as inscrições para o processo seletivo para 2024 do Póscom-UFBA, que ficam abertas até 03/09. São 35 vagas para mestrado e 20 vagas para doutorado, em três linhas de pesquisa: Comunicação e Cultura Digital, Culturas da Imagem e do Som e Mediatização e Indústria da Mídia. O Póscom é o Programa…
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Do cinema mundial às cosmopoéticas
Neste segundo semestre de 2023, ofereço novamente uma disciplina de pós-graduação no Póscom-UFBA, uma optativa ligada à linha de pesquisa Culturas da Imagem e do Som, aberta a estudantes de outros programas e instituições, assim como a ouvintes (afinal, a universidade é pública). O código e nome da disciplina no sistema são POSCOM0031 – Teorias…
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Autorias rasuradas em “Afrique 50”: para uma economia política das assinaturas
Publicado em dossiê temático sobre autoria no documentário pela revista Esferas, este artigo discute um dos filmes inaugurais no itinerário do “cinema de intervenção social” de René Vautier (que abordei ao tratar de Avoir 20 ans dans les Aurès…). Resumo Considerando a política da autoria associada à história da luta anticolonial e às suas relações…
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Os mil e um corpos da Rainha
Publicado inicialmente em 23/08/2022, como parte do dossiê #1 – a rainha diaba: um caleidoscópio endiabrada, no camarescura. Meus agradecimentos à Lorenna Rocha pelo convite e pela hospitalidade ao que acabou se tornando um ensaio atravessado pela vertigem do filme. -1. Movimento precedente ou Quando o corpo ameaça perturbar a ordem do corpus No cinema, não…
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A sedução e as artimanhas do poder, por Saidiya Hartman
Depois da tradução de “Vênus em dois atos”, eu e Fernanda Sousa traduzimos o capítulo 3 do livro Scenes of subjection, adotando o texto da edição revista por Saidiya Hartman e publicada em 2022 (a primeira edição do livro é de 1997). O capítulo, intitulado “A sedução e as artimanhas do poder”, foi publicado pela…
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Da arqueologia à anarqueologia
Há muita coisa mais relevante, e isso aqui talvez seja um descaramento: reli neste final de semana o livro que resultou do meu doutorado, Do inimaginável, e vi que está disponível com mais de 50% de desconto no site da editora UFG: https://loja.editora.ufg.br/artes/do-inimaginavel-75/p (de R$ 57 por R$ 28). Da última vez que verifiquei, a…
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Tonacci, sonhos, cosmopoéticas
Em uma entrevista com Daniel Caetano publicada em 2008, Andrea Tonacci fala de seus contatos com diferentes povos indígenas no período entre suas experiências mais conhecidas de filmes de contato: as filmagens que fez junto aos Arara, que terminam “em 1982, 1983”, e a vinda à tona da história de Carapiru, em 1988, que culminará…
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Aula, corpo, encontro
Minha última aula presencial antes da suspensão das atividades da universidade por causa da pandemia de Covid-19, uma aula que na época era apenas chamada de aula, porque não havia qualquer dúvida sobre como ela ocorria, aconteceu em uma quinta-feira, 12 de março de 2020. Foram mais de dois anos sem isso que a gente…
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Introdução à teoria do cinema: aula inicial
Neste primeiro semestre de 2022, como parte da carga horária de Teorias do Cinema, vou gravar algumas aulas sobre o livro Introdução à teoria do cinema (2003), de Robert Stam. O livro orienta a ementa atual da disciplina (que é quase uma reprodução de seu sumário) e, embora exista uma atualização curricular relacionada em andamento,…
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Da crítica: a dupla questão
Arrisquei estas notas há anos, em agosto de 2018, e elas permaneceram entre os rascunhos por tempo demais. Eu as redescobri hoje e, entre a releitura e o acréscimo de uma referência a Glissant e de uma ou outra palavra, decidi publicar o texto como está, enfim dando continuidade, como prometi, à discussão que tentei…
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O estado do cinema 2021, por Nicole Brenez
Nicole Brenez (tradução: Marcelo Ribeiro)1 Projeções. Provisórias. Provisões. Antes, as imagens estavam no mundo. Hoje, é o mundo que se banha em um oceano de imagens. Nosso mundo real, material e único; tecido e transbordado por imagens reais, imateriais, numeradas (constituídas de números), inumeráveis. Para observar o cinema contemporâneo é preciso inscrevê-lo no contexto desse…
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O Lapis da natureza
1. Entre 1844 e 1846, William Henry Fox Talbot desdobrou, nos seis volumes de The Pencil of Nature, o que descreveu, nas observações introdutórias ao primeiro volume, como “a primeira tentativa de publicar uma série de chapas ou imagens inteiramente executadas por meio da nova técnica do Desenho Fotogênico, sem qualquer ajuda do lápis do…
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Med Hondo e os rastros da África
Este texto foi publicado no catálogo da Mostra Sem Fronteiras – O cinema de Med Hondo, realizada de 25 a 28 de novembro no MAM – Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, e de 29 de novembro a 05 de dezembro em formato online. Agradeço à equipe de produção da mostra, em especial…
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Catálogo: Imagens de navios negreiros
Um dos resultados da pesquisa realizada por Alexandra Helena Batista da Silva (graduanda em História-UFBA), como parte do plano de trabalho “Memórias da escravidão e resistência no cinema e em outros meios: estudo comparativo em torno de imagens dos navios negreiros”, sob minha orientação, como parte do projeto Imagem e direitos humanos, é um catálogo (não exaustivo, em…
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Tarzan, um negro: para uma crítica da economia política do nome de “África”
Publicado pela revista Afro-Ásia, este artigo corresponde a uma versão em português, significativamente atualizada, do texto publicado em 2009, em francês, com o título correspondente, “Tarzan, un noir”. Resumo Desde 1912, inúmeros textos – romances, programas de rádio, histórias em quadrinhos, seriados de televisão, filmes – produziram e articularam representações da África em narrativas envolvendo…