Autor: Marcelo Ribeiro

  • Introdução: Humanidade e Mundanidade (Do inimaginável, 2019)

    Do inimaginável é meu primeiro livro, publicado no final de 2019 pela Editora UFG. Aqui, apresento a introdução desse ensaio sobre cinema e direitos humanos, que se desdobra, nos capítulos seguintes do livro, como um estudo analítico comparado das formas de relação com o arquivo dos campos nazistas na história do cinema. Para ir além…

  • Imagem e direitos humanos (2017-2019): relatório de pesquisa

    O projeto Imagem e direitos humanos: consciência da humanidade, memórias de violações e projeções de dignidade no cinema e no audiovisual foi apresentado em junho de 2017 para a apreciação da Congregação da Faculdade de Comunicação (Facom) da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Em seguida, uma Comissão ad-hoc de avaliação de projetos emitiu parecer favorável…

  • Contra a captura proprietária do conhecimento

    O mercado editorial é infernal, e um dos principais culpados é a captura proprietária dos direitos autorais, que fica evidente quando não basta a autorização de um autor ou uma autora para que se traduza um de seus textos. É surreal quando nem o próprio autor baste para autorizar algo com seu texto, uma republicação…

  • De robôs com defeito e barcos imaginários

    De robôs com defeito e barcos imaginários

    Um dos novos projetos do grupo de pesquisa e estudos Arqueologia do sensível, chamado Anarqueológicas, tem como objetivo explorar as possibilidades de diferentes plataformas de compartilhamento de textos, vídeos, áudios e produtos multimídia, por meio da internet, para divulgação científica e artística. Estamos começando as experiências nessa direção, e nesse contexto fiz, de forma um…

  • Cosmopoéticas do espectador selvagem

    Publicado no dossiê “Cinema brasileiro contemporâneo: política, estética e invenção”, organizado por Carla Maia, Patrícia Furtado Machado e Reinaldo Cardenuto Filho, no volume 47, número 53 (jan.-jun. 2020), da Significação – Revista de Cultura Audiovisual, do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal da Ceará, este artigo retoma algumas reflexões anteriores sobre abordagens cinematográficas…

  • Agarrando Pueblo e a dádiva da voz

    Agarrando Pueblo e a dádiva da voz

    Fala-se muito em dar voz ao outro, sem que se interrogue os sentidos desse gesto e da relação que ele constitui. A literatura antropológica registra amplamente a ligação entre dádiva e obrigação, entre dar presentes e obter reconhecimento e prestígio social, entre receber presentes e submeter-se à autoridade de quem os ofereceu (a ponto de…

  • Cinema, alteridade, moeda falsa

    A moeda falsa como paradigma Um dos gestos fundadores do cinema do “Terceiro Mundo”, que eventualmente se torna “Terceiro Cinema”, pode ser cifrado como fabricação de moeda falsa e assume múltiplos sentidos em diferentes momentos históricos e configurações estéticas. Fabricar moeda falsa é confrontar uma economia financeira e simbólica que exclui, de diversas maneiras, as…

  • La Flor: do complexo de múmia à câmera escura

    La Flor: do complexo de múmia à câmera escura

    A quem interessar possa, eis algumas palavras sobre La Flor, de Mariano Llinás, minutos depois de concluir a primeira travessia, em ritmo irregular, das suas imagens. Tudo se passa como se, no início, estivesse o complexo de múmia, que é, além do tema de uma releitura da tradição dos filmes B (no episódio I), o…

  • Pensar impacientemente a queda

    Carta ao pai Nos últimos dias ou semanas, por vários motivos me lembrei de Lavoura Arcaica, daquele discurso do pai que exalta o tempo e louva a paciência, da resposta de André, o filho ingovernável, dizendo que a impaciência também tem seus direitos. Parece estar em jogo há alguns anos uma mudança na experiência do…

  • O macaco com a câmera na mão: montagem anarquívica e devir-animal em Leo Pyrata

    Publicado no dossiê “Novas linguagens do audiovisual”, organizado por Felipe Polydoro e Gabriela Freitas, no número 16 (2019), da Esferas – Revista Interprogramas de Pós-Graduação em Comunicação do Centro-Oeste, este artigo retoma algumas reflexões anteriores sobre os curtas-metragens de Leo Pyrata. Resumo Este artigo discute os principais filmes de curta metragem dirigidos por Leo Pyrata,…

  • Retorno, captura, abertura

    Retorno, captura, abertura

    Este texto foi publicado originalmente no catálogo da mostra Clássicos Africanos – A primeira geração de cineastas da África do Oeste, que ocorreu de 19 de novembro a 1º de dezembro de 2019, na Caixa Cultural do Rio de Janeiro. Em 18 de janeiro de 2024, uma versão ampliada deste ensaio foi publicada em dossiê…

  • Metropolis, Henschel, fantasmagoria

    Metropolis, Henschel, fantasmagoria

    Me pergunto se não há mais do que uma coincidência entre a remasterização de Metropolis (1927) de Fritz Lang, com a colorização e a sonorização, inclusive a dublagem, de todo o filme, e a colorização de fotografias de pessoas escravizadas retratadas por Alberto Henschel. Talvez o estranhamento que mais facilmente sentimos diante do filme de…

  • Melodrama, carnaval, racismo

    Melodrama, carnaval, racismo

    Ainda quero compartilhar os materiais de aula como arquivos reutilizáveis, em alguma licença aberta para acesso livre, talvez em domínio público. Enquanto isso, seguem as fotografias das anotações de cada aula. Falar de matriz melodramática e matriz carnavalesca pode ser uma forma de esquematizar a história do cinema, se as compreendemos em uma oposição dicotômica.…

  • Jogos de espelhos e de ecos

    Jogos de espelhos e de ecos

    Este texto foi publicado originalmente no catálogo da quarta edição da Mostra de Cinemas Africanos, que ocorreu de 10 a 17/07/2019, no CineSesc São Paulo. A imagem destacada acima é do filme Nora (2008), de Alla Kovgan e David Hinton. A força formativa e transformativa do documentário diante do mundo histórico que compartilhamos define um…

  • Cinemas, 39-44, modernos

    Não dava pra apagar o que estava escrito de marcador permanente, mas eu escrevi em volta e fiquei contente com meu quadro novamente. A história do cinema é também a história de seus fracassos, e um deles abre um buraco no cerne do século XX: 39-44, diz Godard. Todo cinema é moderno, mesmo quando se…