Ainda lidando com a dificuldade de An anagram of ideas on art, form and film, de Maya Deren, que só parece repetir algumas ideias sobre arte e cinema bastante difundidas (em debates sobre especificidade do meio, depuração formal ou Gestalt) na época em que foi escrito. Em meio a essa aparente repetição de ideias já […]
Categoria: Entre-imagens
– É possível sustentar o uso de “adaptação” e “tradução” como sinônimos? – Se o texto de chegada resguarda vestígios do processo de adaptação, quais os vestígios da perda? – É possível uma arqueologia da adaptação/tradução (intersemiótica), partindo da obra como vestígio, para pensar o processo de que emerge. Por que não elaborar, à maneira […]
Cinema, vidro, delírio
1. Assisti Cinema before 1300 (Cinema antes de 1300, 2023), de Jerome Hiler, que fala da história da arte dos vitrais, especialmente a partir do século 12, como uma arqueologia do cinema. Cineasta, pintor e artista interessado no vidro como material de expressão, Hiler é, ao lado de Nathaniel Dorsky, um dos nomes do campo […]
Os mil e um corpos da Rainha
Publicado inicialmente em 23/08/2022, como parte do dossiê #1 – a rainha diaba: um caleidoscópio endiabrada, no camarescura. Meus agradecimentos à Lorenna Rocha pelo convite e pela hospitalidade ao que acabou se tornando um ensaio atravessado pela vertigem do filme. -1. Movimento precedente ou Quando o corpo ameaça perturbar a ordem do corpus No cinema, não […]
Da arqueologia à anarqueologia
Há muita coisa mais relevante, e isso aqui talvez seja um descaramento: reli neste final de semana o livro que resultou do meu doutorado, Do inimaginável, e vi que está disponível com mais de 50% de desconto no site da editora UFG: https://loja.editora.ufg.br/artes/do-inimaginavel-75/p (de R$ 57 por R$ 28). Da última vez que verifiquei, a […]
Tonacci, sonhos, cosmopoéticas
Em uma entrevista com Daniel Caetano publicada em 2008, Andrea Tonacci fala de seus contatos com diferentes povos indígenas no período entre suas experiências mais conhecidas de filmes de contato: as filmagens que fez junto aos Arara, que terminam “em 1982, 1983”, e a vinda à tona da história de Carapiru, em 1988, que culminará […]
Da crítica: a dupla questão
Arrisquei estas notas há anos, em agosto de 2018, e elas permaneceram entre os rascunhos por tempo demais. Eu as redescobri hoje e, entre a releitura e o acréscimo de uma referência a Glissant e de uma ou outra palavra, decidi publicar o texto como está, enfim dando continuidade, como prometi, à discussão que tentei […]
Nicole Brenez (tradução: Marcelo Ribeiro)1 Projeções. Provisórias. Provisões. Antes, as imagens estavam no mundo. Hoje, é o mundo que se banha em um oceano de imagens. Nosso mundo real, material e único; tecido e transbordado por imagens reais, imateriais, numeradas (constituídas de números), inumeráveis. Para observar o cinema contemporâneo é preciso inscrevê-lo no contexto desse […]
O Lapis da natureza
1. Entre 1844 e 1846, William Henry Fox Talbot desdobrou, nos seis volumes de The Pencil of Nature, o que descreveu, nas observações introdutórias ao primeiro volume, como “a primeira tentativa de publicar uma série de chapas ou imagens inteiramente executadas por meio da nova técnica do Desenho Fotogênico, sem qualquer ajuda do lápis do […]
Med Hondo e os rastros da África
Este texto foi publicado no catálogo da Mostra Sem Fronteiras – O cinema de Med Hondo, realizada de 25 a 28 de novembro no MAM – Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, e de 29 de novembro a 05 de dezembro em formato online. Agradeço à equipe de produção da mostra, em especial […]
Entre 22 e 26 de fevereiro, aconteceu o Congresso Virtual UFBA 2021, que incluiu o Ciclo de Cinema e Audiovisual da Facom (cuja programação completa pode ser vista mais abaixo). Como parte da programação, em três mesas sobre a temática As configurações poéticas pelo cinema, foram apresentadas discussões e análises relacionadas à disciplina Poéticas do Cinema […]
Em um artigo recente intitulado “É o professor! Deixem-no passar!”: memórias e sonhos de um congolês, Serge Katz propõe uma reflexão sucinta e precisa sobre a herança múltipla e atroz do colonialismo. Leitura mais do que recomendada. Ao ler seu texto, me chamou a atenção a coincidência de sua publicação justamente nas semanas em que […]
Um dos novos projetos do grupo de pesquisa e estudos Arqueologia do sensível, chamado Anarqueológicas, tem como objetivo explorar as possibilidades de diferentes plataformas de compartilhamento de textos, vídeos, áudios e produtos multimídia, por meio da internet, para divulgação científica e artística. Estamos começando as experiências nessa direção, e nesse contexto fiz, de forma um […]
Cinema, alteridade, moeda falsa
A moeda falsa como paradigma Um dos gestos fundadores do cinema do “Terceiro Mundo”, que eventualmente se torna “Terceiro Cinema”, pode ser cifrado como fabricação de moeda falsa e assume múltiplos sentidos em diferentes momentos históricos e configurações estéticas. Fabricar moeda falsa é confrontar uma economia financeira e simbólica que exclui, de diversas maneiras, as […]
Pensar impacientemente a queda
Carta ao pai Nos últimos dias ou semanas, por vários motivos me lembrei de Lavoura Arcaica, daquele discurso do pai que exalta o tempo e louva a paciência, da resposta de André, o filho ingovernável, dizendo que a impaciência também tem seus direitos. Parece estar em jogo há alguns anos uma mudança na experiência do […]