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Henri Cartier-Bresson no MoMA

Com a ajuda da internet, passear pelas imagens de Henri Cartier-Bresson pode se tornar um prazer cotidiano, circundado por informações e permeado pela tênue luminosidade da tela.

Há muitas questões interessantes nos comentários de Henri Cartier-Bresson em O momento decisivo e espero comentar algumas delas em alguns textos, ao mesmo tempo em que tento discutir algumas de suas fotos. No período de quase um mês sem atualizações no incinerrante, foram as palavras de Cartier-Bresson e algumas de suas fotografias que, insistentes, permaneceram ressoando em mim, solicitando meus sentidos, deixando meus olhos com sede.

Recomendo a visita ao site da exposição Henri Cartier-Bresson: The Modern Century, do Museu de Arte Moderna de Nova York, o MoMA. Lá, passear pelas imagens de Cartier-Bresson pode se tornar um prazer cotidiano, circundado por informações e permeado pela tênue luminosidade da tela. A exposição virtual pode ser adotada como página inicial, possibilitando a cada dia um percurso diferente, mais curto ou mais longo, talvez até mesmo de uma única imagem, entre os temas, as viagens e a cronologia da obra.


Henri Cartier-Bresson 2 - Hyènes (França, 1932).png

Entre o surrealismo de seu aprendizado e o fotojornalismo de sua trajetória, Cartier-Bresson fascina por reunir em suas imagens dimensões que são frequentemente experimentadas de forma separada na história da fotografia a arte e o documento. E, como sugere o título da exposição no MoMA, as imagens de Cartier-Bresson talvez sejam apenas sintomas do século que seu olhar soube abrigar no aparelho fotográfico.

O século que herdamos: um século em que a justaposição e o entrelaçamento de elementos estranhos que marca as experiências artísticas surrealistas – sob os ecos da beleza de Lautréamont: o encontro fortuito entre um guarda-chuvas e uma máquina de escrever sobre uma mesa de dissecação de cadáveres – não passa de uma instância da maquinaria da história.